Como naquele dia
na beira do mar de Genezaré, convidando os pescadores a serem seus discípulos:
Simão chamado Pedro e seu irmão André, Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão
João, e que, ao pedido de Jesus, abandonaram tudo e foram para segui-lo,
também hoje Jesus convida tantos jovens, para seguirem-no de uma forma
mais radical, pedindo que abandonem até a sua cultura, seus costumes, sua
família, sua pátria para serem construtores do reino de Deus dizendo. Jesus está
dizendo:
Venham comigo para dar o pão para quem tem fome, o pão de cada dia
partilhado na mesa de todos, isto é, o pão da Palavra e pão da justiça, o pão
dos direitos, da esperança de um futuro melhor, mais digno e mais humano.
Venham comigo, vamos agasalhar os que têm frio, frio por falta de roupa
e frio por falta de afeto, de sentimento, de compreensão.
Venham comigo para abrigar, quem não tem onde morar. Abrigar quando
falta a moradia e também abrigar os que se encontram sem sentido e sem rumo,
sem esperança e sem futuro: maltratados pelos acontecimentos e tentações no
caminho da vida.
Abrigar, quer dizer, abrir a porta do nosso coração para que os outros
sejam tratados como irmãos, como família; para que não haja preconceito, nem
divisão como explica São Paulo na carta aos Coríntios: “Irmãos eu vos exorto,
pelo nome do Senhor Jesus Cristo, a que sejais todos concordes uns com os
outros e não admitais divisões entre vos. Pelo contrario, sede bem unidos e
concordes no pensar e falar”. (1 Cor 1, 10)
Venham comigo para limpar as feridas dos leprosos dos nossos tempos, dos
eliminados da sociedade pelos vícios da droga e de todas as outras formas de
droga, que envenenam família, sociedade e pessoas...
Venham comigo para ajudar às crianças abandonadas e jogadas sem rumo,
sem direção e sem futuro melhor, para que possam receber o calor da palavra e
do coração, e o lugar para que possam fazer parte desta grande família humana,
vivenciando também a vida do seu lar.
Venham comigo, vamos orientar os jovens sem ideais e vazios por dentro,
desorientados, muito confusos e perdidos.
Vamos mostrar-lhes a luz, no caminho de tantas trevas. Vamos indicar-lhes
o caminho dos valores, no meio de tantos antivalores. Vamos lhes mostrar com
testemunho da nossa vida o ideal do valor do Evangelho.
Venham comigo, para reconstruir de novo tantos lares, isto é, tantas
famílias decaídas por falta de diálogo, compreensão, perdão, para que sejam
famílias como família de Nazaré: famílias que rezam, que se doam uns
pelos outros e se reúnem na partilha do pão da fraternidade e da comunhão.
Venham comigo e construiremos em todos os cantos do mundo o Reino da
Paz, do Amor, da Justiça e da Verdade.
Venham comigo, eu necessito dos novos seguidores do Evangelho, como
Pedro, André, João, Tiago, para construir a Igreja, que é família unida e
reunida e que celebra com alegria o dom da vida e da fé.
Venham comigo, e no mundo teremos a Civilização do Amor!
Como percebemos, esta reflexão de hoje, nos apresenta o tema “Vocação”. Trata-se
de uma vocação especial – abandonar tudo... Os chamados para serem apóstolos de Jesus,
abandonaram tudo para seguí-lo.
O que significa abandonar tudo?
O discípulo de Jesus, não procura privilégios, vai onde Deus o
necessita, apesar das dificuldades, que encontrar.
O discípulo de Jesus não vai procurar as promoções, mas irá para servir, doar-se por completo para
aqueles que querem acolher a mensagem da Paz, da Salvação.
Talvez hoje em nossas comunidades católicas falamos pouco sobre o valor
da vocação sacerdotal, religiosa, missionária.
Devemos falar mais e testemunhar o valor desta vocação.
Devemos falar mais com entusiasmo!
Jesus necessita sacerdotes de qualidade, prontos para serem pastores de
verdade, os profetas de hoje, que com coragem anunciem toda verdade e com
coragem denunciem toda mentira.
Jesus necessita os trabalhadores que semeiam a semente, cuidam da terra
e colhem os frutos. Por isso devemo-nos sensibilizar mais sobre necessidade dos
sacerdotes, religiosos, missionários.
Para isso Jesus pede: “Orai, sem parar, porque trabalho é grande e
poucos são operários”. (cf. Ef 6,18; 1Ts 5,17; Lc 10, 2).
Precisamos orar já em família, pedindo, que das nossas famílias Jesus
chame aqueles, que respondam com coração generoso, para se doarem por completo,
apaixonados pelo Ideal do Evangelho.
Jovens, tenham coragem abrir o seu coração para Cristo. O Cristo necessita
da sua generosidade, do seu SIM para que o mundo possa corrigir os erros e se
voltar mais para os ensinamentos de Deus.
Finalizando
esta reflexão de hoje, gostaria de partilhar com vocês a minha vocação
sacerdotal, religiosa e missionária....
Sou Padre
Sou padre, pessoa amada por Deus, mas cheia de defeitos;
sou fraco e forte,
amado e querendo amar...
Sou padre chamado para servir e não ser servido;
Sou padre para guiar e ser guiado;
Sou padre para ensinar e ser ensinado;
Sou padre para compreender e ser compreendido;
Sou padre para ser gente, que ouve, que crê e que confia naquilo
que faz.
Sou padre, como pai que reúne os filhos para partilhar com eles a
própria vida.
Sou padre, para que o mundo possa compreender, que existe esperança no
meio de tantas tribulações.
Sou padre para denunciar toda a mentira,
toda falsidade, todo pecado.
Sou padre para dar o testemunho da vida, que sempre continua.
Sou padre, porque vejo que única felicidade é ajudar os outros a serem
felizes.
Sou padre, porque encontrei a maior riqueza do mundo e ajudo os outros a
serem ricos de verdade.
Sou
padre, para que Deus possa ser conhecido cada vez mais e eu menos.
Pe. Jan
Zasowski
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